sábado, 20 de agosto de 2016

Individual no MAB Museu de arte de Blumenau

Individual no MAB Museu de arte de Blumenau com Mia Avila 2016


Críticas



A luz hiberna no âmago da matéria

Pelos respingos vulcânicos que nos mergulham no mundo larvar da natureza em convulsão, essa pintura põe-nos frente a frente com remotíssimas origens.
O emprego dos materiais mais orgânicos será um acidente. Porque o deveras constitutivo é a vontade de transformar a brutalidade agônica da matéria em possíveis firmamentos. Com isso se decide a dualidade, que é o segredo de tantas ciências e de tantas filosofias. Na coreografia das opacidades primordiais se esconde a virtual existência do transparente; na tese do elemental, a antítese da poética que precede a primeira aurora. Isso poderia lembrar, para além de Tàpies, o velho Courbet das rochas de Étrétat, o que, de resto, não importa. Importa sim, que Sela radicaliza. Que, ao entregar-se à necessidade de considerar a pintura assunto de corpo, de tato, é capaz de indicar as frestas do jogo e - por que não? - do devaneio.

João Evangelista de Andrade Filho MASC 2009
Individual no MASC Museu de arte de Santa Catarina com curadoria de João Evangelista de Andrade Filho 2009

Mater´s rosa

Mater´s rosa, pigmentos naturais de terra, metal, acrílica s/ MDF,46 x 78,5cm 2016 Acervo de Mariline Vieira.

Dança cooperativa

Sobre a relação racional: amistosa, respeitosa e cooperativa entre indivíduo e meio ambiente Fritjof Capra diz: " Não podemos mais enxergar o universo como uma máquina, composta de blocos elementares... O planeta é um sistema vivo e autorregulado. A evolução não é uma luta competitiva pela existência, mas sim uma dança cooperativa".
        Mater´s Lilith, pigmentos naturais de terra, acrílica s/ painel,157 x 340cm 2010
Mater´s Iguazú, pigmentos naturais de terra, acrílica s/ painel,99 x 99cm 2007

Mater´s Até que você não se ache mais importante II, pigmentos naturais de terra, fibras naturais, acrílica s/ painel,99 x 99cm 2007

Vendido.
Mater´s Ácqua, pigmentos naturais de terra, acrílica s/ painel,157 x 267cm 2013
Mater´s 7, pigmentos naturais de terra, acrílica s/ painel,157 x 267cm 2008
    Mater´s Chiao, pigmentos naturais de terra, acrílica s/ painel,157 x 267cm 2006 Acervo do MASC Museu de arte de Santa Catarina 2009

Mater´s

Mater´s De leite e de mel II, pigmentos naturais de terra, fibras naturais, acrílica s/ painel,157 x 267cm 2007
Detalhe
Mater´s Shen, pigmentos naturais de terra, fibras naturais, acrílica s/ painel,158 x 252cm 2006 

Atelier do Ceart centro de artes da UDESC Universidade do Estado de Santa Catarina 2006

sábado, 13 de agosto de 2016

Mater´s

Matéria e terra. Essa série de pinturas apresenta o meio natural, o mundo primitivo e selvagem desde suas remotas origens na formação do mundo, a paisagem natural através da materialidade e da gestualidade. Tem ao mesmo tempo registro abstrato e figurativo, uma percepção visual de mundo mais ampla capaz de encampar subjetividade e objetividade em um mesmo texto, e que considero um dos aspectos mais interessantes da pintura contemporânea presentes nas obras de Thomas Reinhold e Miquel Barcelò- que usa terra e barro na sua poética, para ele " O paraiso é terreno". Mater´s tem relação com o Romantismo nórdico que exaltava a natureza e buscava nela o sentido do sagrado e que influenciou artistas como Jackson Pollock, Rotko, Van Gogh e outros. Mircea Eliade, historiador das religiões manifestou acerca da natureza e seu potencial para o sagrado:"... para aqueles que têm uma experiência religiosa, a Natureza em sua totalidade é suscetível de revelar-se como sacralidade cósmica. O cosmos em sua totalidade pode converter-se em uma hierofania". A terra deve, portanto, ser sagrada pois é fonte de nutrição, preservação das espécies e suporte para a expressão de vida.
O vínculo entre indivíduo e Terra é indissolúvel, desde o nascimento até a sua volta para o colo da terra.
Explorando formas de pintar por volta dos meus 6 anos de idade descobri a possibilidade de usar terra como pigmento: nesta época já experimentava a variação de tonalidades na superfície. Este início também enraizou precocemente meu fazer pictórico: o conceito e materialidade de terra da minha poética que foi fundamento da monografia do meu bacharelado pela UDESC 2008.