quinta-feira, 13 de outubro de 2016

O presente sagrado

A sacralidade é o sentido da existência, me interessa, busco e a encontro no dado natural em que o protagonismo nunca foi humano, muito menos de uma sociedade por que o protagonismo genuíno é espontâneo. E ando correndo atrás dessa estética dos instantesl. E Mircea Eliade defende o potencial sagrado do aqui e agora, da majestade do mundo.:
"Mas é sobretudo a valorização religiosa do presente que importa destacar. O simples fato de existir, de viver no tempo, pode encerrar uma dimensão religiosa. Ela nem sempre é evidente, já que a sacralidade está de certa forma 'camuflada' no imediato, no 'natural' e no quotidiano. A 'alegria de viver' descoberta pelos gregos não é um gozo de tipo profano: ela revela a satisfação de existir, de participar - mesmo de maneira fugidia - da espontaneidade da vida e da majestade do mundo. Como tantos outros antes e depois deles, os gregos aprenderam que o meio mais seguro de escapar do tempo é explorar as riquezas, à primeira vista insuspeitáveis, do instante vivido.
 A sacralização da finitude humana e da 'vulgaridade' de uma existência 'comum' constitui um fenômeno relativamente frequente na história das religiões. Mas foi sobretudo na China e no Japão do primeiro milênio da nossa era que a sacralização dos 'limites' e das 'circunstâncias' - qualquer que tenha sido sua natureza - alcançou a excelência e influenciou profundamente as culturas respectivas. Tal como na Grécia Antiga, essa transmutação do 'dado natural' também se traduziu pela emergência de uma estética particular". Mircea Eliade - História das crenças e das ideias religiosas I. 

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